Uma mulher afegã que colaborou com governos ocidentais em projetos de direitos humanos em seu país natal foi informada pelo Ministério do Interior do Reino Unido que pode retornar em segurança, após ter seu pedido de asilo negado. Conhecida como Mina (nome fictício para proteger sua identidade), ela trabalhou em iniciativas apoiadas por nações ocidentais, focadas no treinamento e mentoria de mulheres no Afeganistão. Sua atividades já a colocavam em risco antes mesmo da tomada de poder pelo Talibã em 2021.
A decisão do governo britânico ignora os perigos enfrentados por aqueles que trabalharam com entidades estrangeiras ou em causas consideradas contrárias aos valores do regime talibã. Organizações de direitos humanos alertam que retornar ao Afeganistão pode significar perseguição, prisão ou até mesmo morte para pessoas em situações semelhantes. Mina, assim como muitas outras afegãs, agora vive em limbo, sem garantias de proteção.
O caso reflete a crescente rigidez nas políticas de asilo do Reino Unido, que tem enfrentado críticas por deportações e recusas consideradas insensíveis a contextos de risco. Especialistas argumentam que a decisão pode desencorajar ativistas e colaboradores locais a trabalhar com parceiros internacionais, temendo o abandono em momentos de crise. A situação também levanta questões sobre a responsabilidade de países ocidentais em proteger aqueles que auxiliaram em suas missões no exterior.