A administração federal demitiu toda a equipe responsável pelo Programa de Assistência à Energia Doméstica para Baixa Renda (LIHEAP), que destina US$ 4,1 bilhões anuais para ajudar milhões de famílias de baixa renda a pagar por aquecimento no inverno e refrigeração no verão. A medida, parte de uma reestruturação no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, deixou funcionários estaduais preocupados com o possível atraso ou cancelamento de repasses já aprovados pelo Congresso, incluindo US$ 378 milhões ainda não distribuídos. Segundo associações e autoridades locais, a falta de pessoal pode prejudicar a operação do programa, essencial para idosos e famílias vulneráveis.
Treze senadores, incluindo dois republicanos, enviaram uma carta pedindo a reversão da decisão, alertando que os cortes podem deixar milhões sem acesso a um serviço vital. Estados como Minnesota e Connecticut relataram preocupações imediatas, já que dependem dos recursos federais para manter programas de auxílio durante o inverno rigoroso e os meses de calor extremo. No Minnesota, por exemplo, mais de 130 mil famílias são atendidas anualmente pelo LIHEAP, e a interrupção dos fundos pode levar a cortes no fornecimento de energia.
O programa, que tem apoio bipartidário há décadas, permite que cada estado defina critérios de elegibilidade e tipos de assistência, como pagamento de contas de luz ou compra de combustível para calefação. A justificativa dada pelo governo foi a necessidade de “recalibrar” a agência para cumprir melhor suas funções, mas autoridades locais temem que, sem suporte federal, o LIHEAP entre em colapso, deixando milhões em situação de vulnerabilidade. Enquanto isso, estados aguardam respostas sobre os repasses pendentes.