A decisão do presidente dos Estados Unidos de adiar a implementação de tarifas abrangentes sobre diversos países, exceto a China, diminuiu significativamente o risco de recessão na economia americana, segundo analistas do Bank of America (BofA). Em nota aos clientes, os especialistas destacaram que a medida reduz a pressão estagflacionária —cenário de alta inflação com crescimento econômico fraco— no curto prazo. No entanto, expressaram dúvidas sobre a eficácia das tarifas como fonte de receita, já que empresas devem reorganizar suas cadeias de suprimentos para evitar os impostos elevados sobre produtos chineses.
A China retaliou anunciando aumento nas tarifas de importação sobre produtos americanos, elevando-as para 125%, em resposta aos recentes ajustes feitos pelos EUA. A medida, que entra em vigor imediatamente, intensifica a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Analistas do BofA projetam que, apesar do conflito, a taxa tarifária efetiva dos EUA ficará abaixo de 25%, mitigando parte do impacto negativo na economia global.
Embora o adiamento das tarifas tenha sido recebido com alívio pelos mercados, a volatilidade persiste, refletindo a incerteza sobre os rumos da política comercial americana. Os especialistas alertam que, embora a desaceleração imediata do protecionismo seja positiva, os planos orçamentários do governo podem enfrentar desafios sem uma receita tarifária estável. A situação reforça a complexidade do cenário geopolítico e seus efeitos na economia internacional.