Samantha Ellis cresceu em uma família que valorizava profundamente a culinária judaico-iraquiana, uma herança mantida viva mesmo após a diáspora de seus parentes do Iraque. Ela recorda com carinho as histórias de seu pai sobre o samoon, pão iraquiano em forma de lágrima, e as memórias de ajudar a preparar pratos como tabbouleh e tbeet na cozinha de sua avó. Essas experiências moldaram sua identidade e alimentaram o desejo de transmitir essa tradição ao seu filho, imaginando-o como um pequeno ajudante na cozinha, apreciando os sabores que tanto amava.
No entanto, seus planos não se concretizaram como esperado. Apesar de seu entusiasmo em compartilhar pratos como ingriyi e kitchri, seu filho não demonstrou o mesmo interesse pela culinária de seus ancestrais. A autora reflete sobre como a comida era mais do que sustento para sua família—era uma forma de preservar memórias e conexões com um país que ela nunca conheceu, mas pelo qual sentia uma nostalgia profunda.
O texto revela uma jornada emocional em que a comida serve como ponte entre gerações e culturas, mas também como um lembrete de que nem sempre as tradições são herdadas como se deseja. A história de Ellis ilustra a complexidade da identidade cultural e os desafios de manter vivas as tradições em um mundo globalizado, onde as novas gerações podem ter preferências e afinidades distintas.