Em 1º de janeiro, a revista ideológica oficial do Partido Comunista Chinês, Quishi, publicou um discurso de Xi Jinping, onde o presidente destacou a necessidade de uma luta prolongada para garantir a segurança política, alcançar a autossuficiência e demonstrar a superioridade da modernização chinesa em comparação com os modelos ocidentais. Esse discurso, inicialmente feito em fevereiro de 2023, vem em um momento de crise econômica para a China, marcada por altas taxas de desemprego entre os jovens, uma bolha imobiliária estourada, inflação negativa e dívidas crescentes. A publicação, porém, não sugere mudanças na abordagem do governo, que permanece firme em suas metas de longo prazo.
Durante o Congresso Nacional do Povo (NPC), que ocorre anualmente na China, o primeiro-ministro Li Qiang reafirmou a meta de crescimento de 5% para 2024 e anunciou um aumento de 7,2% nos gastos militares. Embora o governo se mostre determinado a cumprir suas metas, a economia chinesa enfrenta dificuldades, e as medidas para estimular o consumo interno e estabilizar o mercado imobiliário permanecem como prioridades da política. A resposta chinesa às tarifas impostas por Donald Trump, que recentemente elevou taxas sobre importações chinesas, tem sido moderada, com uma abordagem tit-for-tat, mas sem buscar grandes confrontos.
Além disso, as iniciativas para promover a autossuficiência econômica, como o investimento em inovações tecnológicas, têm mostrado alguns resultados positivos, com avanços notáveis em áreas como chips semicondutores e inteligência artificial. No entanto, a falta de confiança do consumidor e problemas estruturais continuam a dificultar a recuperação da economia. O relatório do trabalho de Li, que prevê investimentos em infraestrutura e emissão de títulos especiais, visa mitigar os efeitos da desaceleração econômica, mas analistas continuam céticos sobre a eficácia dessas medidas para reverter as dificuldades de consumo, o que pode levar a mais desafios econômicos para o futuro da China.