Durante o período do Brexit, o autor percebeu que muitos comentários em suas colunas eram feitos por trolls russos, com um domínio peculiar do inglês idiomático e textos copiados e colados para desviar o discurso a favor de posições pró-Putin e anti-UE. Essas postagens soavam artificiais, como se fossem geradas por uma inteligência artificial treinada em programas de TV dos anos 90 e artigos de opinião de veículos estatais. A estratégia dos trolls era clara: influenciar a narrativa política de forma coordenada.
Para contra-atacar, o autor começou a inserir em seus textos frases propositalmente incompreensíveis, mas ainda assim provocativas, confundindo os bots e os operadores por trás deles. O ápice dessa tática ocorreu em meados de 2016, quando publicou um parágrafo tão absurdo que os provocadores russos simplesmente pararam de interagir com seu conteúdo. A abordagem funcionou, revelando a fragilidade dessas campanhas de desinformação quando confrontadas com o absurdo.
A experiência levou o autor a refletir sobre a eficácia do humor e da subversão linguística como ferramentas de resistência em tempos de polarização política. Embora o contexto específico fosse o Brexit, a lição se aplica a outros cenários onde discursos manipuladores tentam dominar o debate público. A narrativa serve como um alerta sobre a importância de reconhecer e neutralizar táticas de influência digital.