O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a entrega de aproximadamente 180 mil hectares de terras agrícolas expropriadas no país ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Brasil. A iniciativa visa estimular a produção agroecológica e contará com a participação de movimentos camponeses, indígenas e militares. O projeto, que será cooperativo, busca cultivar alimentos tanto para consumo interno na Venezuela quanto para exportação, com produtos como banana, mandioca, frutas, carnes e leite, entre outros.
As terras em questão foram expropriadas durante o governo de Hugo Chávez, no início dos anos 2000, e fazem parte de um esforço para recuperar áreas produtivas no país. Maduro destacou a importância do projeto para o desenvolvimento agropecuário, ressaltando os avanços já realizados na ativação dos planos produtivos. O MST, por sua vez, reafirmou seu compromisso com a solidariedade internacional e com a luta por uma sociedade socialista, ao mesmo tempo que se envolveu em protestos no Brasil em defesa da reforma agrária.
Além do anúncio de Maduro, o governo brasileiro também formalizou um acordo com a Venezuela para apoiar a produção agropecuária no país, com a colaboração de instituições como a Embrapa e o Ministério da Agricultura. Essa aproximação entre os dois governos tem gerado controvérsias, com opositores questionando as implicações políticas e econômicas dos acordos firmados. Em 2014, um acordo semelhante entre o MST e o governo venezuelano foi alvo de críticas por parte de figuras da oposição, que o viam como uma ameaça aos interesses internos do Brasil.