A entidade representativa de atores alertou que a prática de gravar cenas de audição em casa, conhecida como self-tape, se tornou trabalho não remunerado e reforça o elitismo no setor criativo. Antes da pandemia, esse método era usado apenas em situações excepcionais, como quando o artista estava no exterior. No entanto, com os lockdowns, os self-tapes viraram padrão e permanecem assim, mesmo após o retorno das atividades presenciais.
A mudança tem sido criticada por sobrecarregar os profissionais, que precisam arcar com custos de equipamento, iluminação e edição, além de dedicar tempo à produção das gravações. A entidade argumenta que isso coloca em desvantagem aqueles com menos recursos, limitando as oportunidades para talentos diversificados e perpetuando desigualdades no meio artístico.
Além disso, a exigência de self-tapes tem sido vista como uma forma de transferir para os atores responsabilidades que antes cabiam aos estúdios e agências. A discussão levanta questões sobre práticas trabalhistas no setor e a necessidade de regulamentação para garantir condições mais justas e inclusivas na indústria do entretenimento.