A União Europeia e o Canadá anunciaram um conjunto de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos em resposta às taxas impostas pelo presidente Donald Trump sobre o aço e o alumínio. O Canadá, por exemplo, decidiu taxar em 25% não apenas os metais, mas também uma série de produtos de consumo, como computadores e artigos esportivos, impactando cerca de US$ 20 bilhões em produtos americanos. Já a União Europeia implementará sua retaliação em duas etapas, com tarifas de até 50% sobre itens como whisky, motos e embarcações, totalizando mais de US$ 28 bilhões em bens dos EUA.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou a posição de negociação do bloco, destacando os efeitos negativos das tarifas tanto para os negócios quanto para os consumidores. Segundo ela, essas medidas causam instabilidade nas cadeias de suprimentos e incerteza econômica, além de prejudicar a criação de empregos e elevar os preços. Em resposta, o presidente Trump demonstrou estar preparado para cobrar tarifas equivalentes de qualquer país ou bloco que imponha tais medidas aos Estados Unidos.
O governo brasileiro, por sua vez, considerou as tarifas impostas pelos EUA como injustificáveis, mas ainda aposta no diálogo para reverter a situação. O país, que é o segundo maior exportador de aço aos Estados Unidos, teme perdas significativas no setor siderúrgico, com estimativas apontando um impacto de US$ 1 bilhão em exportações. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, acelerou a votação de um projeto que permitiria ao Brasil retaliar países ou blocos que adotem medidas comerciais contra o país, embora o governo ainda veja as tarifas como a última alternativa nas negociações.