Em 2019, durante uma conversa telefônica com o presidente ucraniano, o então presidente dos Estados Unidos sugeriu que a Ucrânia deveria produzir provas de um suposto erro de um adversário político, em troca de ajuda militar. Naquele momento, a Rússia já controlava a Crimeia e apoiava grupos insurgentes no leste da Ucrânia, com uma invasão em grande escala prestes a acontecer, como se confirmaria em 2022. A tentativa de manipulação da ajuda internacional mostrou uma mudança na postura dos Estados Unidos, que historicamente atuavam como um baluarte contra a expansão russa na Europa.
A pressão sobre a Ucrânia para atender aos interesses pessoais de um líder norte-americano comprometeu a confiança em alianças históricas, como a da Otan. Essa abordagem não apenas ignorou a situação crítica da Ucrânia, mas também refletiu uma perspectiva mais centrada no interesse pessoal do que na segurança e estabilidade global. A manipulação das relações internacionais em nome de interesses domésticos foi vista como um risco para a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.
Esse episódio exemplifica uma tendência crescente de tomar decisões políticas impulsivas e autocentradas, sem levar em consideração as consequências geopolíticas e os compromissos estratégicos dos Estados Unidos. O impacto dessa dinâmica, especialmente em tempos de crescente tensão com a Rússia, pode ser duradouro e moldar as futuras interações entre as potências globais.