O conceito de “turismo instagramável” descreve a transformação das viagens em experiências projetadas para as redes sociais, especialmente o Instagram. Ao invés de vivenciar um local de forma espontânea e autêntica, o foco passou a ser em capturar o momento perfeito, muitas vezes escondendo os aspectos menos agradáveis do destino. Esse tipo de turismo, que prioriza a estética sobre a experiência real, não é algo novo; já no século XIX, com o início do turismo moderno, havia uma busca pela padronização das viagens, com roteiros fixos e previsíveis.
No entanto, hoje em dia, não basta apenas viajar; é necessário mostrar ao mundo que se esteve naquele lugar. As fotos, os ângulos bem escolhidos e a eliminação de elementos indesejados, como filas e multidões, tornaram-se essenciais para a construção de um “momento perfeito” que é compartilhado nas redes sociais. Isso também se estende à gastronomia, onde muitos preferem frequentar lugares conhecidos por serem “instagramáveis”, priorizando a aparência dos pratos em vez do sabor real.
Esse fenômeno reflete uma tendência de homogeneização das experiências turísticas, transformando-as em roteiros digitais e pré-formatados, impulsionados por influenciadores e filtros de redes sociais. O turismo, que antes promovia a descoberta e o contato genuíno com diferentes culturas, se tornou uma experiência cada vez mais superficial, com os turistas assumindo o papel de figurantes em suas próprias viagens. No entanto, o convite final é para que as pessoas aproveitem suas férias, registrem bons momentos e compartilhem suas experiências, sem perder a oportunidade de vivenciar o que realmente importa.