A recente conversa entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na Casa Branca provocou um conflito nas relações bilaterais, afetando também a aliança estratégica da Otan. Trump foi visto por muitos como alinhado com os interesses da Rússia ao desconsiderar as preocupações de segurança da Ucrânia, um aliado ocidental em meio ao conflito com a Rússia. Isso gerou um questionamento sobre o futuro da Otan, que se baseia na premissa de que os EUA defendem seus aliados com seu poder militar.
A declaração de Trump de que a Ucrânia estava “perdendo a guerra” e sem “cartas” levanta dúvidas sobre o apoio dos Estados Unidos à aliança militar, o que preocupa especialmente os países europeus. O almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante supremo da Otan, alertou que a aliança está em um momento crítico, destacando uma tensão crescente que pode sinalizar uma crise em suas fundações. Além disso, uma mensagem publicada por Trump em sua rede social sugere um foco menor nas questões de segurança europeia, gerando ainda mais incerteza sobre o comprometimento dos EUA com a Otan.
Líderes europeus, embora cautelosos ao abordar publicamente a situação, começam a explorar alternativas para garantir sua segurança. A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, destacou a importância de os europeus assumirem maior responsabilidade por seus próprios interesses, valores e segurança. As declarações sugerem que, diante do atual cenário, os países europeus precisam estar preparados para agir de maneira mais independente, preservando, ao mesmo tempo, a parceria transatlântica e sua força conjunta.