O principal tribunal de Hong Kong decidiu em 6 de março de 2025 a favor de três organizadores de uma vigília em memória das vítimas da repressão na Praça de Tiananmen, em 1989. A decisão anulou as condenações dos réus, que haviam sido processados por se recusarem a fornecer informações à polícia de segurança nacional sobre suas atividades. A decisão representa um revés para o governo local, que tem utilizado a lei de segurança nacional, imposta pela China, para reprimir movimentos pró-democracia e forçar a coleta de dados sobre possíveis agentes estrangeiros.
Os três líderes do grupo, envolvidos na organização de vigílias anuais para lembrar o massacre de Tiananmen, haviam sido detidos em 2021, após a dissolução da Aliança Hong Kong, uma entidade que promovia o evento. As autoridades locais, amparadas pela legislação de segurança nacional, acusaram os ativistas de se recusarem a colaborar com investigações relacionadas a atividades subversivas. No entanto, a corte de Hong Kong considerou que a Promotoria não havia garantido um julgamento justo para os réus, o que resultou na decisão favorável.
A decisão foi unânime e foi anunciada pelo presidente da corte, Andrew Cheung. A vitória jurídica para os réus é vista como uma crítica ao uso de amplos poderes pela lei de segurança nacional, que tem sido aplicada com rigor pelo governo de Hong Kong nas últimas décadas, principalmente após os protestos pró-democracia de 2019.