O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha absolveu um ex-jogador de futebol acusado de violência sexual, após considerar que o depoimento da vítima apresentava lacunas e contradições insuficientes para sustentar a condenação. A decisão unânime, tomada por quatro juízes, destacou que as evidências não ultrapassaram o padrão exigido pela presunção de inocência. O tribunal também rejeitou os recursos da procuradoria e da acusação, que pediam o aumento da pena para 9 e 12 anos, respectivamente.
A defesa da vítima manifestou descontentamento, afirmando que a sentença representa um retrocesso na luta contra a violência sexual e pode desencorajar outras vítimas a denunciarem abusos. Já a defesa do ex-jogador celebrou a decisão, classificando-a como um passo essencial para a revelação da verdade. O caso, que teve início com uma condenação de quatro anos e meio de prisão em primeira instância, agora pode ser levado ao Tribunal Supremo da Espanha, após anúncio de recurso pela acusação.
O ex-jogador havia ficado 14 meses em prisão preventiva antes de ser liberado mediante o pagamento de uma fiança. Durante o processo, ele apresentou versões contraditórias sobre o ocorrido, desde negar conhecer a vítima até admitir o ato sexual, mas sob alegação de consentimento. Especialistas jurídicos destacaram que a decisão reflete a necessidade de provas além de dúvida razoável, enquanto críticos alertam para possíveis impactos negativos em casos futuros de violência de gênero.