A Transparência Internacional, na segunda-feira (3), denunciou o enfraquecimento das ações contra a corrupção no Brasil e na América Latina, durante audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. A organização destacou o impacto negativo que decisões jurídicas recentes têm causado na luta contra a impunidade, como a anulação de provas e processos envolvendo grandes casos de corrupção, mencionando, especialmente, o julgamento do acordo de leniência da Odebrecht (atualmente Novonor), que resultou na anulação de mais de uma centena de processos.
A crítica também abordou a atual posição do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional, em que o país ocupou a 107ª posição, com a pior nota histórica desde o início da série em 2012. A queda de dois pontos e três posições em relação ao ano anterior reflete a diminuição da confiança pública nas instituições e nas medidas de combate à corrupção, além de contribuir para uma percepção negativa do Brasil no cenário internacional.
A denúncia da organização ressalta que, se o Brasil foi um dos primeiros a exportar corrupção, agora está exportando impunidade, com efeitos que ultrapassam suas fronteiras, atingindo outros países da América Latina e além. A Transparência Internacional alerta que esses retrocessos fragilizam as ações contra a corrupção e, consequentemente, o fortalecimento da democracia e dos direitos humanos na região.