Um alto funcionário responsável por vacinas na Food and Drug Administration (FDA) renunciou ao cargo, criticando a liderança da agência por permitir que desinformação e mentiras influenciassem as decisões sobre a segurança das vacinas. Em carta obtida pela Associated Press, o diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Biológicos afirmou que a transparência e a verdade não eram prioridades do secretário de Saúde, levando-o a deixar o cargo. A renúncia ocorre em meio a crescente pressão sobre as políticas de imunização, incluindo questionamentos infundados sobre vacinas infantis, apesar de décadas de evidências comprovando sua segurança e eficácia.
O especialista, que supervisionou a aprovação acelerada de vacinas contra a COVID-19 durante a pandemia, destacou em sua carta os riscos de minar a confiança na ciência, citando o recente surto de sarampo em vários estados como exemplo das consequências da desinformação. Autoridades de saúde pública alertam que, se o vírus se espalhar por comunidades não vacinadas, os EUA podem perder o status de eliminação da transmissão local da doença. O surto já atingiu centenas de pessoas no Texas e no Novo México, com casos confirmados agora no Kansas e em Ohio.
A saída do funcionário é mais um golpe para a agência de saúde, que enfrenta demissões em massa, aposentadorias e um caótico processo de retorno ao trabalho presencial. Anteriormente, outro alto comissário da FDA havia renunciado após a demissão indiscriminada de dezenas de funcionários. Especialistas temem que a desvalorização da ciência e a politização das decisões em saúde pública coloquem vidas em risco, especialmente diante de surtos evitáveis por vacinação.