Um terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar na madrugada de sexta-feira (28), causando danos significativos em seis regiões, incluindo a capital, Naypyitaw. O governo, controlado por uma junta militar desde o golpe de Estado em 2021, não divulgou informações oficiais sobre vítimas ou operações de resgate, limitando o acesso a detalhes sobre a tragédia. A infraestrutura pública, como estradas e pontes, foi afetada, e há preocupações com o risco de colapso em represas. Voos da companhia aérea estatal foram cancelados, e a restrição à internet dificulta a circulação de informações.
O tremor também foi sentido na Tailândia, onde um arranha-céu em construção desabou, deixando pelo menos três mortos e dezenas de desaparecidos. Enquanto as autoridades tailandesas se manifestaram sobre o incidente, a falta de transparência em Mianmar contrasta com a situação no país vizinho. A ONU e organizações humanitárias alertaram para os possíveis impactos prolongados do desastre, especialmente em áreas já vulneráveis devido ao conflito político.
O golpe de Estado em 2021 resultou na tomada do poder pelos militares, que suspenderam transmissões de TV, cancelaram voos e prenderam líderes civis, incluindo a vencedora do Nobel da Paz. A junta justificou a ação alegando fraudes nas eleições de 2020, mas críticos apontam a exclusão de minorias étnicas do processo eleitoral. A crise dos rohingyas, grupo acusado de sofrer perseguição no país, também contribuiu para o isolamento internacional de Mianmar. O terremoto expõe as fragilidades de um governo sob controle militar e a dificuldade de resposta em meio a restrições à liberdade de informação.