Um terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar na sexta-feira (28), deixando mais de 1.700 mortos, 3.400 feridos e 300 desaparecidos, segundo autoridades locais. A tragédia, uma das maiores da história do país, foi agravada pela continuidade dos ataques aéreos do Exército, mesmo durante as operações de resgate. O Governo de Unidade Nacional, formado por opositores ao regime militar, anunciou uma trégua de duas semanas para facilitar os trabalhos, mas a distribuição de ajuda humanitária enfrenta desafios devido aos conflitos internos e à desconfiança em relação às intenções do governo controlado pelos militares.
As buscas por sobreviventes foram temporariamente suspensas devido a um novo tremor de magnitude 5,1, enquanto moradores e equipes improvisam resgates sem equipamentos adequados. A região de Sagaing, próxima ao epicentro, e a cidade de Mandalay estão entre as mais afetadas, com relatos de destruição generalizada e falta de assistência. Apesar da chegada de equipes de resgate e suprimentos de países como China, Índia e Tailândia, há preocupações sobre a distribuição desigual dos recursos, especialmente em áreas controladas por grupos rebeldes.
A crise humanitária se aprofunda com a infraestrutura danificada, hospitais sobrecarregados e escassez de medicamentos essenciais. Agências internacionais, como a OMS e a Cruz Vermelha, mobilizam apoio, mas alertam para a falta de capacidade local diante da combinação de desastre natural e guerra civil. Enquanto isso, na Tailândia, onde o terremoto causou 18 mortes, os esforços concentram-se no resgate de trabalhadores soterrados em um prédio em construção. A situação evidencia a urgência de cooperação internacional para mitigar o sofrimento das vítimas.