As relações entre os Estados Unidos e a Europa enfrentam um momento de crescente desconfiança, com o governo americano adotando um discurso cada vez mais hostil em relação aos seus aliados tradicionais. Em conversas internas vazadas, altos funcionários descreveram os europeus como “oportunistas”, criticando a dependência do continente em relação à segurança proporcionada pelos EUA. Além disso, o vice-presidente americano acusou publicamente a Europa de restringir liberdades fundamentais, como a de expressão e religiosa, durante a Conferência de Segurança de Munique, sugerindo que o maior risco para o continente não são potências externas, mas a erosão de seus próprios valores.
A União Europeia também foi alvo de críticas diretas, sendo acusada de ter sido criada para “irritar os Estados Unidos”. O governo americano ameaçou impor tarifas comerciais de 25% sobre produtos europeus, reforçando a visão de que o bloco é visto como um adversário econômico. Paralelamente, a possibilidade de anexação da Groenlândia, território dinamarquês, foi reiterada, gerando desconforto entre os aliados europeus. A visita não autorizada de autoridades americanas ao território ártico foi considerada uma pressão inaceitável pelo governo da Dinamarca.
No cenário geopolítico, a aproximação entre os EUA e a Rússia em negociações sobre a Ucrânia, excluindo a participação europeia, marcou uma ruptura significativa na postura diplomática tradicional. Em votações na ONU, os americanos aliaram-se a Moscou em algumas decisões, priorizando uma proposta de paz rápida sem condenações explícitas à invasão russa. Esses movimentos reforçam a percepção de um distanciamento estratégico entre Washington e seus parceiros históricos no continente europeu.