A relação entre os Estados Unidos e a África do Sul enfrenta sua pior crise em décadas, após a administração norte-americana suspender a ajuda financeira ao país africano e oferecer asilo a sul-africanos brancos, principalmente africâneres. O presidente Donald Trump justificou a medida alegando discriminação racial contra essa minoria, em meio a debates sobre reforma agrária e desigualdades históricas pós-apartheid. Especialistas apontam que a decisão reflete a influência de empresários do Vale do Silício, que defendem a narrativa de perseguição aos brancos no país.
A África do Sul nega haver discriminação sistemática, argumentando que as políticas de reforma agrária buscam corrigir injustiças do passado, como a concentração de terras nas mãos da minoria branca. Enquanto isso, ataques violentos em zonas rurais, muitas vezes contra agricultores brancos, são contextualizados como parte de uma crise de segurança broader, não necessariamente motivada por ódio racial. Analistas destacam que a tensão bilateral também é alimentada por divergências geopolíticas, como o apoio sul-africano a ações contra Israel em tribunais internacionais.
O lobby de figuras ligadas à indústria tecnológica, com conexões pessoais ou comerciais na África do Sul, teria amplificado a retórica de Trump. Esses grupos enxergam o caso sul-africano como um alerta contra políticas de equidade racial no Ocidente, defendendo uma visão meritocrática. A crise ilustra como disputas domésticas e influências externas podem se entrelaçar, complicando relações diplomáticas e debates sobre justiça social.