Na quinta-feira, as taxas dos DIs apresentaram queda nos vencimentos a partir de janeiro de 2027, influenciadas pelo recuo dos rendimentos dos Treasuries e pelo aumento do apetite de investidores estrangeiros pela renda fixa brasileira. O movimento foi mais contido na ponta curta da curva a termo, com taxas praticamente estáveis. A taxa do DI para janeiro de 2026, uma das mais líquidas no curto prazo, encerrou o dia em 14,725%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 caiu para 14,505%, refletindo a tendência de queda observada nos contratos mais longos.
O mercado internacional também exerceu influência, com as novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos sobre produtos da União Europeia e o impacto das tensões comerciais no mercado de Treasuries. A guerra tarifária e a expectativa de inflação elevada nos EUA inicialmente sustentaram os rendimentos dos Treasuries, mas à tarde, os investidores passaram a vender ações e comprar títulos, o que contribuiu para a queda nos rendimentos. A disputa comercial gerou apreensão sobre o impacto nos mercados financeiros, afetando tanto os EUA quanto a Europa.
No Brasil, o apetite pela renda fixa local também foi evidenciado em um leilão de títulos do Tesouro Nacional, onde foram vendidos grandes volumes de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-Fs). Essa demanda foi acompanhada por investidores que buscaram hedge no mercado de DIs, resultando na queda das taxas com prazos mais longos. No entanto, as taxas curtas permaneceram mais estáveis, com expectativas de aumento de 100 pontos-base na Selic, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A probabilidade de uma alta da taxa básica foi precificada em 96% pelos investidores.