Entre 2021 e 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) repassou cerca de R$ 960 milhões para a Prefeitura de Ananindeua, sendo mais da metade destinada ao pagamento de serviços hospitalares e ambulatoriais. No entanto, apesar dos repasses contínuos, a Prefeitura acumulou atrasos de até seis meses nos pagamentos a hospitais e clínicas, resultando em graves consequências, como o fechamento de unidades importantes, como o Hospital Anita Gerosa, e a ameaça de falência de outros serviços de saúde na cidade. Esses atrasos geraram uma crise na saúde pública local e sobrecarregaram os serviços das cidades vizinhas.
A situação gerou preocupações tanto na sociedade quanto nas autoridades, com o Ministério Público do Pará (MPPA) apontando a possibilidade de práticas que visam enfraquecer a concorrência no setor de saúde. Há indícios de que o fechamento de unidades e o atraso nos pagamentos possam beneficiar diretamente algumas instituições específicas, como uma clínica de propriedade do prefeito da cidade. Esses fatos levaram o Procurador Geral de Justiça a pedir a intervenção do Governo Estadual no sistema de saúde do município, alegando que os atrasos e a falta de pagamento comprometem o direito à saúde da população.
Além disso, o MPPA investigou a possibilidade de fraudes e práticas irregulares que envolvem a gestão dos repasses do SUS, com suspeitas de direcionamento de pacientes para certas unidades de saúde. Essa situação, que afeta diretamente a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população, gerou um impasse legal, com pedidos de intervenção para evitar o colapso completo do sistema e garantir que os recursos públicos sejam corretamente aplicados para o benefício da saúde pública.