A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, suspender o inquérito da Polícia Federal (PF) que investigava supostos desvios de recursos na área da Saúde em Goiás. A investigação envolvia o período em que o ex-governador e atual presidente de um partido político comandava o estado, mas foi suspensa por decisão do ministro Gilmar Mendes. O advogado do político alegou que a investigação ultrapassava os limites temporais razoáveis e não havia provas concretas contra seu cliente. A decisão também destacou que a investigação não deveria tramitar na primeira instância, uma vez que o político possui foro privilegiado devido ao cargo que ocupa.
O inquérito, conhecido como Operação Panaceia, envolvia alegações de desvio de recursos em hospitais estaduais de Goiás, com foco no Hospital de Urgências de Goiânia e no Hospital de Urgências de Trindade. A PF, junto à Controladoria Geral da União (CGU), identificou contratos suspeitos envolvendo uma organização social responsável pela gestão desses hospitais. A investigação apontava que a organização teria fechado contratos fictícios com empresas ligadas a aliados do ex-governador, com o objetivo de repassar propinas.
O caso foi inicialmente revelado devido à atuação de um advogado próximo ao ex-governador, que havia sido contratado pela organização social responsável pelos hospitais. A PF apontou que não havia evidências de que os serviços contratados pelo advogado foram prestados de fato. Além disso, a acusação sugeriu que a operação foi influenciada por questões políticas internas do estado, especificamente pela rivalidade entre o ex-governador e o atual líder político do estado. O político investigado mantém sua defesa de inocência e alega que a operação teria sido motivada por interesses políticos pessoais.