Em uma semana, a situação de uma participante dos eventos de 8 de janeiro de 2023 mudou drasticamente, passando de prisão preventiva para domiciliar, aguardando julgamento pelo STF. O tribunal já registra dois votos pela condenação a 14 anos de prisão, mas a decisão recente de transferi-la para casa com tornozeleira eletrônica reflete uma possível reconsideração interna sobre a proporcionalidade das penas. O caso tornou-se emblemático, simbolizando as controvérsias em torno das ações do Supremo no julgamento dos atos golpistas.
A mudança na abordagem do STF sugere um reconhecimento tácito de que certas decisões, embora justificadas como defesa da democracia, podem ser percebidas como excessivas. Até mesmo membros da corte expressaram ressalvas sobre a severidade da pena proposta. A Procuradoria-Geral da República contribuiu para o desfecho, defendendo a prisão domiciliar, o que pode indicar uma tentativa de reequilibrar a percepção pública sobre o tribunal.
O episódio ilustra os dilemas enfrentados pelo STF ao combater extremismos sem comprometer sua própria legitimidade. A situação revela como ações judiciais, inicialmente concebidas como marcos na proteção do Estado Democrático de Direito, podem acabar sendo vistas como sinais de autoritarismo. O caso serve como alerta para os riscos de que o combate a excessos resulte em novos excessos, minando a credibilidade da instituição.