A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, na quarta-feira, 5, um pedido do governo de Donald Trump para suspender US$ 2 bilhões em ajuda externa, como parte de seus esforços para reduzir os gastos do governo. A decisão, tomada por 5 votos a 4, contrariou a posição de Trump, mesmo com a maioria conservadora no tribunal, composta por juízes indicados por ele. A corte manteve a ordem de um tribunal inferior, que exigia que o governo realizasse pagamentos em contratos já firmados, invalidando o decreto que suspendia a ajuda internacional por 90 dias.
O caso envolveu um processo judicial movido por beneficiários e organizações não governamentais, que argumentaram que a suspensão da ajuda seria inconstitucional e prejudicaria setores críticos, como saúde e alimentação ao redor do mundo. As consequências seriam desastrosas para populações em situação de vulnerabilidade e também para a ordem constitucional, segundo os advogados envolvidos no processo. O juiz federal Amir Ali, que havia ordenado o restabelecimento dos pagamentos, argumentou que o governo não justificou adequadamente a suspensão.
Essa decisão ocorre em um contexto de cortes de gastos promovidos pela administração Trump, com apoio de aliados como Elon Musk, visando reduzir os investimentos em programas internacionais da Usaid. O governo havia suspendido a ajuda externa no início do mandato de Trump, com a justificativa de revisar a adequação desses programas à sua política externa. A decisão da Suprema Corte é um importante revés para o governo, que agora terá que cumprir com as obrigações financeiras já acordadas.