Um banco de dados coordenado pela Polícia Federal, o Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), permitiu reconstituir a trajetória de armas utilizadas em crimes em diferentes regiões do país. Um exemplo é um fuzil que percorreu mais de 1.300 quilômetros, vinculado a ataques em cidades como Araçatuba (SP) e Guarapuava (PR). A plataforma, que já identificou mais de quatro mil conexões entre crimes, oferece uma nova abordagem proativa para investigações, cruzando dados balísticos e facilitando a solução de casos.
O sistema revelou como armas de alto poder circulam entre quadrilhas, sendo usadas em múltiplos crimes antes de serem apreendidas. Em um caso, uma pistola foi vinculada a nove assassinatos em Curitiba (PR) em menos de um mês, percorrendo 155 quilômetros. A eficiência do SINAB depende da coleta e análise de vestígios, mas enfrenta desafios, como a escassez de pessoal especializado para processar os dados em tempo hábil.
Para vítimas e familiares, o sistema representa esperança de justiça, mesmo após a destruição das armas apreendidas. O fuzil vinculado aos ataques em Araçatuba e Guarapuava, por exemplo, está armazenado em Campinas (SP) aguardando destruição, mas seu “DNA balístico” permanece no banco de dados. O SINAB se tornou uma ferramenta crucial para combater a circulação de armas no crime organizado, evitando que casos fiquem impunes.