O sistema de arrendamento em vigor na Inglaterra e no País de Gales é considerado injusto, com raízes históricas que remontam à Idade Média, criando uma relação desigual entre os locatários e os proprietários do imóvel. A estrutura atual coloca os moradores, especialmente os de apartamentos, em uma posição vulnerável, permitindo que os proprietários cobrem valores excessivos, como aluguel de terreno e taxas de manutenção. Esses custos não trazem benefícios diretos aos arrendatários e são vistos como uma forma de exploração, com os arrendadores sendo legalmente respaldados em suas práticas.
Historicamente, o aluguel de terreno foi uma quantia simbólica, mas nos últimos anos, essa cobrança foi elevada de forma significativa, prejudicando financeiramente os locatários. Em 2022, o Parlamento britânico aprovou uma lei proibindo a cobrança de aluguéis de terreno em imóveis novos, como uma tentativa de corrigir a distorção que o sistema havia criado. Contudo, a solução não deve ser a divisão entre novos empreendimentos e os chamados “traps” de arrendamento, pois isso não resolve a questão central de um sistema que precisa ser reformado.
Harry Scoffin, um ativista da área de habitação e fundador da Free Leaseholders, tem destacado os problemas desse sistema, defendendo uma reforma mais profunda que acabe com as disparidades de poder entre locatários e proprietários. A proposta de reformar o sistema de arrendamento deve visar a criação de um modelo mais justo, onde os interesses dos moradores sejam respeitados, sem criar novos tipos de problemas ou divisões no mercado imobiliário.