O novo líder da Síria, Ahmad al Sharaa, anunciou a criação de uma comissão independente para investigar as violações contra civis que resultaram na morte de mais de mil pessoas, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). A violência teve início em 5 de março, quando rebeldes alauítas atacaram forças de segurança na cidade de Jableh, em Latakia, região historicamente ligada ao ex-regime de Bashar al Assad. Sharaa, que liderou o movimento rebelde que depôs Assad, reafirmou o compromisso de responsabilizar todos os envolvidos em abusos contra civis e excessos de poder.
A situação se agravou rapidamente, com relatos de mais de 745 civis mortos, além de 125 membros das forças de segurança e 148 combatentes leais ao ex-presidente. As autoridades sírias não divulgaram números oficiais de vítimas. A violência é considerada a maior onda desde a queda do regime de Assad, ocorrida em dezembro de 2024, após uma ofensiva liderada por rebeldes islamitas. O país agora enfrenta o risco de uma nova guerra civil, com os antigos apoiadores do regime tentando incitar mais conflitos.
A comunidade internacional reagiu à escalada da violência. Os Estados Unidos e a Rússia pediram uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU. O secretário de Estado dos EUA condenou as ações de grupos terroristas, enquanto a Alemanha e o Reino Unido pediram a cessação imediata da violência. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, também exigiu que as mortes de civis fossem interrompidas. O cenário atual levanta preocupações sobre a estabilidade e a unidade do país.