Servidores de duas gerências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram uma carta aberta acusando retaliação e assédio moral após críticas a decisões da atual gestão. Os técnicos das gerências de Sistematização de Conteúdos Informacionais (GECOI) e de Editoração (GEDI) relatam ter sido transferidos para um local distante, sem justificativa técnica, após se posicionarem contra a inclusão de um prefácio com conotação política em uma publicação oficial. Eles afirmam que a mudança prejudica seu trabalho e os expõe a riscos, caracterizando-a como uma represália.
A carta menciona ainda que os servidores já haviam se manifestado contra a criação da Fundação IBGE+, suspensa após polêmica, e refutaram acusações de desinformação feitas pela presidência do órgão. O sindicato dos servidores (Assibge-SN) declarou que está analisando a denúncia, considerando-a plausível devido à falta de justificativa para a transferência. Uma assembleia será realizada na próxima semana para discutir o caso.
A direção do IBGE não se pronunciou sobre as acusações até o momento. Os servidores encerram a carta reforçando que a medida conflita com o princípio da supremacia do interesse público, já que a transferência parece atender a interesses particulares da gestão. O caso levanta questões sobre a autonomia técnica e a liberdade de expressão dentro do órgão federal.