O Rio Paraibuna, que historicamente desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de Juiz de Fora, enfrenta sérios problemas de poluição devido à industrialização e crescimento desordenado da cidade. Com a construção da usina hidrelétrica de Marmelos no final do século XIX, a cidade se industrializou, mas isso também levou ao aumento de resíduos industriais, esgoto doméstico e uma gestão inadequada dos efluentes. Esse cenário resultou na degradação do rio, que, hoje, continua em processo de despoluição, embora as águas ainda sejam impróprias para usos múltiplos.
Pesquisas recentes revelaram a presença de metais pesados, como zinco, cádmio e chumbo, e micropoluentes, incluindo medicamentos, nas águas do Paraibuna. Essas substâncias, provenientes de indústrias e do esgoto não tratado, têm gerado sérios impactos ambientais e à saúde pública, com riscos de intoxicação e doenças graves, como câncer e problemas neurológicos. Estudos de universidades locais, como a UFJF, mostram a gravidade da situação e os altos níveis de contaminação, o que preocupa a comunidade científica e os órgãos responsáveis.
A despoluição do rio tem avançado de maneira lenta e limitada, com ações como o desassoreamento realizado pela Prefeitura de Juiz de Fora e melhorias no tratamento de esgoto. No entanto, especialistas apontam que a solução exige uma abordagem mais abrangente, envolvendo o tratamento completo das sub-bacias que afluem ao rio. O processo de despoluição precisa ser expandido e mais Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) devem ser construídas para garantir que o rio seja recuperado e sua água volte a ser segura para a população.