A série “Mussolini: filho do século” foi alvo de críticas sobre a forma como retrata a ascensão de Benito Mussolini ao poder na Itália. Caroline Moorhead, em sua análise, aponta que a série exagera a violência durante a Marcha sobre Roma, sugerindo um cenário de grande conflito, quando, na realidade, o evento teria ocorrido de maneira mais pacífica e sem grandes confrontos, especialmente nas cidades de Milão, Turim e Parma. Essa interpretação levanta questionamentos sobre a fidelidade histórica da série.
Por outro lado, a violência dos primeiros anos do fascismo em Roma não pode ser subestimada. Muitos relatos indicam que, na prática, a transição de poder foi marcada por ataques violentos e assassinatos de opositores políticos. Em bairros como San Lorenzo, em Roma, diversos cidadãos foram mortos por milicianos fascistas, e ataques físicos e psicológicos eram comuns contra aqueles que resistiam ao regime. O texto menciona exemplos de figuras que sofreram agressões e humilhações, como ataques brutais a ativistas e a imposição de castigos degradantes a prisioneiros.
A série, ao suavizar esses aspectos, pode falhar em representar com precisão a gravidade das violências que marcaram o período, levantando discussões sobre como a mídia e a cultura popular lidam com eventos históricos controversos. A questão se torna ainda mais relevante em um contexto atual, em que movimentos políticos de extrema direita começam a ganhar força em várias partes do mundo. A forma como tais eventos são representados pode influenciar a percepção pública sobre o impacto e a memória do fascismo.