O déficit primário do Governo Central caiu 48,3% em fevereiro de 2025, atingindo R$ 31,7 bilhões, contra R$ 58,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. A melhora foi impulsionada pelo aumento real de 3,1% nas receitas líquidas e pela redução de 12,6% nas despesas, com destaque para o adiamento do pagamento de precatórios. O resultado superou as expectativas do mercado, que projetava um déficit de R$ 37,7 bilhões, e contribuiu para um superávit primário acumulado de R$ 53,2 bilhões nos dois primeiros meses do ano, o maior da série histórica para o período.
A política fiscal contracionista, alinhada com o Banco Central, buscou controlar a inflação ao adiar gastos como os precatórios, que somaram R$ 30,8 bilhões em 2024. O governo também limitou a execução orçamentária a 1/18 do valor previsto mensalmente até novembro, restringindo R$ 69,5 bilhões em despesas. O secretário do Tesouro Nacional destacou que a medida garante segurança fiscal até o próximo relatório em maio, quando será avaliada a necessidade de bloqueios adicionais.
Nas receitas, houve crescimento real de 3,1%, puxado pelo Imposto de Importação e pela arrecadação previdenciária, enquanto as despesas caíram 12,6%, influenciadas pela redução nos precatórios. Apesar do aumento em benefícios sociais e subsídios agrícolas, o controle de gastos discricionários e o adiamento de obrigações judiciais reforçaram o ajuste fiscal. O cenário reflete a busca por equilíbrio nas contas públicas, em sintonia com a política monetária restritiva do BC.