Higino João Pio, ex-prefeito de Balneário Camboriú, foi preso em 1969 durante a ditadura militar, sendo encontrado morto em circunstâncias suspeitas após ser detido por mais de duas semanas. A certidão de óbito do político, que originalmente indicava suicídio, será corrigida, e a causa da morte será atualizada para assassinato pelo estado brasileiro. Este caso faz parte de um esforço mais amplo para esclarecer as mortes e desaparecimentos forçados que ocorreram durante o regime militar no Brasil, com 434 vítimas reconhecidas, incluindo Higino João Pio.
A prisão de Higino João Pio foi motivada por acusações não comprovadas de corrupção, relacionadas a uma disputa política local e sua ligação com figuras da época. A Comissão Nacional da Verdade, em conjunto com comissões estaduais, concluiu que o político foi torturado e morto pelos agentes do regime, e que a cena de sua morte foi encenada para parecer um suicídio. As investigações confirmaram que sua morte foi um ato de violência política, vinculado à repressão imposta pelo governo militar.
A família de Higino João Pio, após décadas de luta, busca a reparação histórica por meio de ações judiciais, com a justiça reconhecendo a responsabilidade do estado brasileiro na morte do ex-prefeito. Embora o caso tenha sido arquivado criminalmente devido à Lei da Anistia, o processo continua no âmbito civil, com a família tentando obter uma compensação por perdas materiais e emocionais. Esse movimento de busca pela verdade e reparação é um passo importante na construção de uma democracia mais justa e consciente dos erros do passado.