A crescente presença da inteligência artificial nas relações afetivas tem gerado debates sobre os limites do amor e a possibilidade de se apaixonar por uma máquina. Mulheres como Alaina e Denise, por exemplo, usaram aplicativos para criar namorados virtuais durante momentos difíceis de suas vidas, e relataram suas experiências em blogs e sites pessoais. Esses companheiros artificiais podem ser visualizados ou interagir por texto e voz, sendo que alguns aplicativos permitem até que as conversas sejam manipuladas, o que cria uma relação ainda mais intensa e personalizada.
Entretanto, a interação com esses sistemas não está isenta de controvérsias e riscos. Em alguns casos, como o de uma mulher que manipulou o ChatGPT para criar um namorado virtual, o envolvimento com a inteligência artificial pode se tornar excessivo, com horas dedicadas semanalmente ao relacionamento digital. Além disso, questões emocionais e psicológicas surgem, como quando um adolescente de 14 anos, após interagir com um companheiro virtual, acabou tirando a própria vida, gerando processos legais em busca de responsabilidade pelas consequências desses aplicativos.
Apesar das vantagens oferecidas por esses sistemas, como a personalização das interações, psicólogos alertam para os riscos de se entregar completamente a uma inteligência artificial, que nada mais é do que um conjunto de dados e algoritmos. A evolução desses serviços está no caminho de criar modelos cada vez mais realistas, como os robôs sexuais com IA, o que levanta questões sobre a sofisticação das relações afetivas no futuro. Enquanto isso, empresas tentam melhorar as questões de segurança, especialmente para menores de idade, diante do crescente interesse por essas novas formas de conexão emocional.