O projeto Corpo Antropofágico, inaugurado pela artista Daniela Marques, propôs reflexões sobre o desejo, a falta e a busca por autoconhecimento, a partir de uma perspectiva que ultrapassa os limites da arte, psicologia e filosofia. Através de questões provocativas como “O quanto ainda sonhamos?” e “O quanto ainda desejamos?”, a artista explorou as complexas dinâmicas entre o desejo e as distrações que nos afastam de nossa essência. Essa abordagem gerou uma profunda discussão sobre as diferentes formas de lidar com o desejo e a realização.
No contexto de teorias filosóficas e psicanalíticas, o desejo é apresentado como algo que, dependendo da tradição, pode ser visto tanto como raiz do sofrimento, como defendido no budismo, quanto como uma força conflitante entre vazio e satisfação, conforme sugerido por Arthur Schopenhauer. Essas reflexões levaram o público a questionar como o desejo é moldado pela experiência pessoal e pelos valores impostos pela sociedade. A obra do filme “Nunca Deixe de Lembrar” foi citada como uma metáfora para o processo de autodescoberta e superação do vazio, destacando a importância de buscar a autenticidade na arte e na vida.
A apresentação ainda trouxe à tona o poema “Desiderata”, de Max Ehrmann, que reforça a necessidade de manter o interesse genuíno no trabalho, independentemente de sua aparência, e de buscar o bem no mundo. A reflexão final se deu com a citação de Carl Jung, que distingue o sonho da realidade: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. Assim, o projeto Corpo Antropofágico convida a uma exploração interior e à reinvenção dos desejos, estimulando uma conexão mais autêntica com a vida e com as próprias aspirações.