O texto faz uma retrospectiva dos 40 anos de redemocratização no Brasil, Argentina e Uruguai, destacando o contexto histórico que envolveu a transição política nos três países após períodos de ditadura. A trajetória de João Goulart e Leonel Brizola no exílio no Uruguai, após o golpe de 1964 no Brasil, é mencionada como parte dessa história, com ênfase na reconstrução democrática que se concretizou em 1985. A chegada de José Sarney à presidência brasileira, após a morte de Tancredo Neves, é destacada como um momento de transição crucial para a estabilidade política do país, quando o Brasil iniciou um processo de maior aproximação com seus vizinhos latino-americanos.
Além disso, o artigo ressalta a criação do Mercosul, um marco de integração regional que envolveu Brasil, Argentina e Uruguai e foi consolidado no início dos anos 1990. Apesar dos avanços, o Mercosul enfrentou desafios, incluindo a estagnação e dificuldades no cumprimento de acordos, particularmente por parte dos governos da Argentina. O autor enfatiza a necessidade de modernizar a estrutura do bloco para adaptá-lo às exigências do cenário atual e garantir sua relevância na política internacional.
A reflexão final do ex-presidente uruguaio Julio María Sanguinetti aborda a importância da preservação das conquistas democráticas e da estabilidade política nos três países, especialmente em um cenário global turbulento, marcado por uma pandemia e novas tensões geopolíticas. Sanguinetti destaca a necessidade de cuidar dos avanços democráticos conquistados ao longo das últimas décadas e de manter a coesão e solidariedade entre os países do Mercosul, apesar dos desafios econômicos e políticos enfrentados.