Pela primeira vez desde agosto de 2024, o preço da carne apresentou queda no IPCA-15, com redução de 0,77% em março. O Índice, divulgado pelo IBGE, mostrou quedas em cortes como peito (3,63%) e filé mignon (3,10%), enquanto a picanha seguiu tendência oposta, subindo 1,34%. A alta acumulada no setor em 2024 foi de 20,8%, pressionando a inflação alimentar, mas a recente desaceleração sugere um alívio momentâneo.
A queda foi impulsionada por dois fatores principais: condições climáticas favoráveis, que melhoraram a qualidade das pastagens e reduziram custos com ração, e a valorização do real frente ao dólar, barateando insumos como soja e milho. Além disso, a moeda mais forte desestimulou exportações, aumentando a oferta interna. O economista André Braz, da FGV, destacou que esses elementos combinados permitiram a redução nos preços após meses de alta.
No entanto, especialistas alertam que o cenário positivo deve ser breve. Com a chegada do inverno, a diminuição das chuvas pode elevar novamente os custos de produção, interrompendo a trajetória de queda a partir de junho. Apesar da trégua temporária, a queda atual já representa um respiro para os consumidores, após meses de pressão inflacionária no setor alimentar.