As propostas de reforma do Imposto de Renda (IR) dos governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva apresentam diferenças significativas, especialmente em relação às faixas de isenção e tributação de rendas mais altas. A proposta de Bolsonaro, aprovada pela Câmara em 2021 mas barrada no Senado, elevava a isenção para R$ 2,5 mil mensais e taxava dividendos em 20%, com isenção para ganhos abaixo de R$ 20 mil. Já o plano de Lula, enviado ao Congresso em 2024, amplia a isenção para R$ 5 mil e introduz uma tributação progressiva para rendas anuais acima de R$ 600 mil, sem alterar as alíquotas para investimentos.
Enquanto a equipe econômica de Bolsonaro propunha reduzir o IR das empresas de 15% para 10% em dois anos, o governo atual mantém a alíquota e aumenta a taxação sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP). Ambos os planos buscam simplificar a tributação, mas deixam de lado temas como a revisão de deduções para educação e saúde, que beneficiam principalmente os mais ricos, segundo estudos anteriores.
O debate sobre a reforma do IR segue complexo, com impactos diretos na renda de milhões de brasileiros e no ambiente de negócios. Se aprovada, a proposta de Lula deve entrar em vigor em 2026, com expectativa de isentar 26 milhões de declarantes. Enquanto isso, a falta de consenso sobre tributações mais progressivas e benefícios fiscais mantém desafios antigos sem solução.