O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra o pedido da defesa do ex-presidente para que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin e Flávio Dino fossem afastados do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Gonet argumentou que as acusações de parcialidade apresentadas pela defesa não possuem respaldo legal, refutando a alegação de suspeição com base no Código de Processo Civil e no Código de Processo Penal.
O pedido de remoção dos ministros já havia sido negado anteriormente pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o recurso interposto pela defesa de Bolsonaro foi também rejeitado pelo procurador-geral, que ressaltou a falta de novos elementos que justifiquem a mudança de entendimento. A defesa, ao argumentar que ambos os ministros estavam envolvidos em ações jurídicas contra o ex-presidente antes de sua indicação ao STF, buscava uma reavaliação da composição da Primeira Turma, que julgará o caso.
O julgamento da denúncia contra o ex-presidente, acusado de liderar um plano de golpe de Estado, continua marcado para o final deste mês. Além das acusações de golpe de Estado e tentativa de abolição do estado democrático de direito, o ex-presidente enfrenta outras imputações, que, se confirmadas, podem resultar em uma longa sentença de prisão. A Procuradoria-Geral da República já havia denunciado 34 pessoas, incluindo membros das Forças Armadas, pelo envolvimento na tentativa de subversão da ordem democrática.