A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer contrário ao recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. O recurso pedia a remoção dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento que investiga uma possível trama golpista. A defesa de Bolsonaro alegava que ambos os ministros teriam impedimentos legais para atuar no caso, devido a situações anteriores envolvendo o ex-presidente e o atual governo. No entanto, o procurador-geral, Paulo Gonet, afirmou que os motivos apresentados pela defesa não se encaixam nas hipóteses de impedimento previstas pela legislação.
O julgamento sobre as acusações contra Bolsonaro, que envolve ele e mais sete investigados, está marcado para o dia 25 de março. A defesa solicitou que o caso fosse levado ao plenário do STF, argumentando que ministros como André Mendonça e Nunes Marques, nomeados durante o governo Bolsonaro, poderiam oferecer maior imparcialidade. No entanto, a decisão inicial de Barroso, que negou o pedido de afastamento dos ministros, foi ratificada pela PGR, que reafirmou a jurisprudência do STF sobre o tema.
A controvérsia sobre o afastamento dos ministros se deu em razão de ações e posições anteriores de Dino e Zanin, que, segundo a defesa, comprometeriam sua imparcialidade. Dino, enquanto ministro da Justiça, teria entrado com uma queixa-crime contra Bolsonaro, e Zanin foi advogado da campanha de Lula antes de ser nomeado ao STF. A decisão sobre o recurso ainda será analisada pelo STF, e a PGR se posiciona contra a alteração do quadro de ministros para o julgamento.