O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu arquivar todas as denúncias contra a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que questionavam seus gastos em viagens internacionais. De acordo com Gonet, as representações apresentadas pela oposição não indicavam irregularidades no uso de recursos públicos, mas sim insatisfação com os custos das viagens, as quais já haviam sido tornadas públicas de forma apropriada. O procurador também destacou que a participação de Janja em eventos oficiais é prevista e que o presidente da República pode delegar ao cônjuge a representação em eventos protocolares.
O arquivamento das investigações se dá no contexto de críticas sobre as viagens internacionais de Janja, que incluem passagens de classe executiva e eventos como sua participação em Roma, onde se encontrou com o Papa Francisco. As passagens da primeira-dama para essa viagem custaram R$ 34,1 mil. A oposição, por meio de parlamentares, havia solicitado investigações à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre esses gastos, além de questionamentos sobre a estrutura e os custos do gabinete informal que ela mantém, o qual já gastou mais de R$ 1,2 milhão em viagens.
Apesar das críticas sobre o uso de recursos públicos, a primeira-dama passou a adotar uma postura mais transparente, divulgando seus compromissos nas redes sociais e cancelando viagens, como uma planejada a Nova York para chefiar a delegação brasileira na ONU. O procurador também fez uma referência histórica, lembrando da atuação de primeiras-damas anteriores, como Darcy Vargas, que desempenharam papéis sociais importantes no país.