O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento da investigação sobre a suposta inserção de dados falsos no cartão de vacina contra a Covid-19 de um ex-presidente. Gonet argumentou que não há provas suficientes para comprovar que o ex-mandatário tenha solicitado a adulteração dos registros, apesar da delação premiada de um auxiliar que afirmou ter agido sob ordens. O procurador destacou que a versão do colaborador não foi corroborada por outras evidências, conforme exige a lei.
O caso envolve a inclusão de informações falsas no sistema do Ministério da Saúde em dezembro de 2022, que foram removidas dias depois. Segundo o procurador, não há indícios de que o certificado tenha sido utilizado, já que teria sido descartado pouco após sua impressão. A mesma recomendação de arquivamento foi feita em relação a outro investigado, um deputado federal, devido à falta de elementos concretos que sustentem as acusações.
A decisão final sobre o arquivamento caberá ao STF. O pedido não afeta a validade da delação premiada do auxiliar, cujos depoimentos foram utilizados em outras investigações, como a que trata de suposta tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente comemorou a decisão, classificando-a como adequada diante da ausência de provas, enquanto a defesa do parlamentar envolvido ainda não se manifestou.