O preço da carne apresentou sua primeira queda desde agosto de 2024, com uma redução de 0,77% nos supermercados em março, segundo dados do IPCA-15 divulgados pelo IBGE. Entre os cortes que ficaram mais baratos, destacam-se o peito (3,63%) e o filé mignon (3,10%), enquanto a picanha, por exemplo, subiu 1,34%. A queda interrompe uma trajetória de alta que começou em agosto do ano passado, atingiu o pico em dezembro e começou a desacelerar em janeiro, após contribuir significativamente para a inflação dos alimentos em 2024.
Dois fatores principais explicam a redução: condições climáticas favoráveis, que melhoraram a qualidade das pastagens e reduziram os custos com ração, e a valorização do real frente ao dólar, que barateou insumos como soja e milho e desestimulou as exportações, aumentando a oferta interna. No entanto, especialistas alertam que a trégua pode ser breve, já que a chegada do inverno deve reduzir as chuvas e elevar os custos de produção novamente.
Apesar do alívio momentâneo, a expectativa é que os preços continuem caindo apenas até maio, estabilizando ou voltando a subir a partir de junho. O economista consultado destaca que, mesmo sendo uma queda temporária, a redução já é uma boa notícia para os consumidores, após meses de pressão inflacionária. O cenário reforça a importância de acompanhar as variações sazonais e os impactos do câmbio no setor agropecuário.