O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições gerais, marcadas para 18 de maio. A decisão veio após o primeiro-ministro Luís Montenegro perder a confiança do Parlamento, com 142 votos contra 88, na última terça-feira. O voto de confiança foi solicitado por Montenegro em meio a acusações de possíveis conflitos de interesse envolvendo uma empresa de consultoria que ele fundou. Embora o premiê tenha negado as acusações, a oposição desempenhou papel decisivo na derrota de seu governo.
Esta é a segunda vez em três anos que os portugueses irão às urnas, após as renúncias do anterior primeiro-ministro, António Costa, e a eleição de Montenegro, que venceu por uma margem estreita em março de 2024. Analistas apontam que, apesar das novas eleições, é improvável que algum partido obtenha um mandato forte, dado o cansaço e a desilusão dos eleitores com os políticos, que têm sido alvo de críticas pela instabilidade política no país.
Nas pesquisas, a Aliança Democrática (AD), liderada pelo PSD de Montenegro, segue ligeiramente à frente do Partido Socialista, mas a divisão entre as principais forças políticas sugere que o futuro governo poderá ser instável. Especialistas sugerem que um pacto centrista entre os dois partidos poderia ser a solução para evitar mais impasses, embora a última vez que isso aconteceu tenha sido na década de 1980.