Durante sua visita de Estado ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as recentes medidas protecionistas dos Estados Unidos, incluindo a sobretaxa de 25% sobre carros importados e sobre aço e alumínio. Lula argumentou que essas tarifas podem elevar os preços nos EUA, gerar inflação e prejudicar a economia global. O presidente confirmou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as taxas sobre o aço brasileiro e não descartou retaliações comerciais caso a via diplomática não seja eficaz.
Além disso, Lula destacou as negociações com o Japão para ampliar as exportações de carne bovina brasileira, após o compromisso do primeiro-ministro japonês de enviar uma missão técnica ao Brasil. O presidente também expressou interesse em avançar em um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão, reforçando a importância do livre comércio e do multilateralismo. A visita incluiu reuniões com empresários, sindicatos e autoridades japonesas, resultando em dez acordos de cooperação e 80 parcerias entre instituições dos dois países.
A agenda no Japão também abordou temas como mudanças climáticas, com Lula convidando o país a participar ativamente da COP30, que será realizada em Belém em 2025. A comitiva brasileira, que inclui ministros, parlamentares e empresários, segue agora para o Vietnã, dando continuidade à viagem pela Ásia. O presidente reforçou a necessidade de fortalecer as relações comerciais e diplomáticas, evitando medidas isolacionistas que possam afetar a economia global.