Os preços ao consumidor na China apresentaram queda de 0,7% em fevereiro em comparação com o mesmo mês do ano passado, revertendo a leve alta de 0,5% observada em janeiro. Este recuo reflete uma pressão desinflacionária contínua e evidencia os desafios enfrentados pelas autoridades chinesas para estimular a demanda interna em meio a tensões comerciais crescentes. Economistas apontam que a comparação com o Ano Novo Lunar, que em 2024 coincidiu com o mês de fevereiro, pode ter influenciado o índice.
As exportações, um dos principais motores da economia chinesa, também mostram sinais de enfraquecimento, com um crescimento de apenas 2,3% nos primeiros dois meses de 2025, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Esse desempenho reflete os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e é visto como um indicativo de que a China pode enfrentar um impacto mais significativo nos próximos meses. Em resposta a esse cenário, o governo chinês ajustou sua meta de inflação para 2025, reduzindo-a para cerca de 2%, a mais baixa em mais de 20 anos.
Apesar de uma meta de inflação mais modesta, as autoridades chinesas enfrentam dificuldades em impulsionar a economia, especialmente devido à crise imobiliária que persiste há anos. Embora algumas medidas de estímulo já tenham sido anunciadas, economistas pedem ações mais eficazes, como o aumento de gastos fiscais em áreas de bem-estar social. Com isso, a China caminha para uma das maiores sequências de quedas nos preços desde a década de 1960, e o cenário permanece desafiador para as autoridades econômicas.