A pressão para o retorno integral ao escritório tem se intensificado, mesmo diante das alternativas híbridas e remotas que muitas empresas adotaram com sucesso durante a pandemia. As razões para essa postura variam, mas, muitas vezes, não estão fundamentadas em dados concretos sobre produtividade e bem-estar dos funcionários. Alguns líderes acreditam que a presença física melhora a cultura organizacional, facilita a colaboração espontânea e reforça a hierarquia, enquanto outros veem como uma forma de justificar os custos com imóveis comerciais. No entanto, a dependência excessiva de presença física pode levar ao microgerenciamento e prejudicar a autonomia dos colaboradores.
Outros motivos incluem a necessidade de promover lealdade e dedicação entre os funcionários, com algumas empresas usando os mandatos de retorno como um teste de comprometimento. Esse modelo pode prejudicar a satisfação no trabalho, especialmente se os colaboradores não se sentirem alinhados com as expectativas organizacionais. Além disso, a insistência no retorno ao escritório pode resultar em perda de talentos, visto que empresas concorrentes podem oferecer mais flexibilidade, o que tem levado muitos profissionais a buscar outras oportunidades.
No entanto, muitas dessas decisões são influenciadas por fatores subjetivos, como política interna e preferências pessoais dos líderes, mais do que por análises objetivas sobre o impacto do modelo de trabalho na produtividade. Para algumas empresas, as medidas impostas para justificar o retorno ao escritório podem gerar mais desengajamento do que benefícios reais, com muitos funcionários adotando uma postura de conformidade ao invés de verdadeira motivação. Por isso, um enfoque mais eficaz seria na medição da produção e do valor entregues pelos colaboradores, sem foco excessivo no local onde eles trabalham.