Nos últimos oito meses, desde que assumiu o poder, o novo governo tem enfrentado crescente insatisfação devido a uma série de medidas que sinalizam uma guinada para a direita. A decisão de manter a polêmica política de limite de benefícios para famílias com mais de dois filhos, herdada do governo anterior, foi apenas o primeiro de vários movimentos que deixaram críticos decepcionados ou até mesmo traídos. A postura adotada tem sido interpretada como uma tentativa de conquistar ganhos eleitorais de curto prazo, mas com riscos significativos a longo prazo.
Várias ações do governo, desde anúncios sobre deportações até declarações públicas elogiando figuras polarizadoras, têm borrado as linhas entre o suposto posicionamento de centro-esquerda e políticas mais alinhadas à direita. Além disso, cortes recorrentes no setor público e discursos que defendem a redução de regulamentações econômicas reforçam a percepção de uma mudança ideológica. Essas medidas têm sido vistas como uma estratégia para atrair eleitores voláteis, mas ao custo de desgastar a base tradicional de apoio.
O cenário atual levanta questões sobre o equilíbrio entre pragmatismo político e coerência ideológica. Enquanto algumas decisões podem render frutos imediatos em termos de popularidade, especialistas alertam para os possíveis danos à credibilidade do governo no futuro. A falta de clareza em seu posicionamento pode alienar tanto eleitores progressistas quanto conservadores, criando um desafio complexo para os próximos anos.