A Polícia Federal deflagrou, na manhã de sexta-feira (7), a Operação Muralha II, com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso envolvendo a promoção de migração ilegal e a associação criminosa de brasileiros tentando ingressar clandestinamente em outros países, especialmente nos Estados Unidos. Durante a ação, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em Iapu (MG), visando obter mais provas que reforcem os indícios já levantados sobre o grupo. As investigações indicam que o grupo cobrava valores entre R$ 20 mil e R$ 100 mil por viagens ilegais, muitas vezes utilizando a transferência de bens como carros e propriedades para disfarçar o crime.
O esquema também contava com apoio logístico de indivíduos fora do Brasil, e, durante a investigação, descobriu-se que as vítimas eram frequentemente ameaçadas, especialmente quando a viagem planejada não se concretizava. Apesar das ameaças, as pessoas envolvidas eram forçadas a pagar os valores cobrados pelo serviço ilegal. Embora não se saiba a totalidade de brasileiros afetados, as autoridades estimam que mais de 100 pessoas tenham sido levadas ao exterior de forma ilegal.
Além disso, a operação revelou a deportação de brasileiros que estavam vivendo ilegalmente nos Estados Unidos. Já ocorreram três voos de deportados com a chegada de 300 pessoas ao Brasil, com dois brasileiros sendo presos ao desembarcarem por possuírem mandados de prisão em aberto. A medida está alinhada com a política de deportação em massa promovida no governo de Donald Trump, e os investigados poderão ser processados pelos crimes de promoção de migração ilegal e associação criminosa, com penas que podem ultrapassar 8 anos de prisão.