O Plano Nacional de Ferrovias, inicialmente previsto para fevereiro, está enfrentando atrasos e ainda não possui uma data definida para ser lançado. A proposta inclui a concessão de cinco grandes projetos ferroviários à iniciativa privada, mas o Ministério dos Transportes ainda está finalizando os detalhes, incluindo a situação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela VLI Logística. O governo federal analisa se licitará a malha ferroviária ou renovará o contrato com a VLI, que expira em 2026. A FCA tem 7,2 mil quilômetros de extensão e atravessa vários estados, sendo considerada estratégica para o transporte ferroviário no Brasil.
Outro grande desafio do Plano Nacional de Ferrovias é a Ferrogrão, que liga a produção de grãos do Mato Grosso aos portos do Arco Norte, no Pará. O projeto está temporariamente parado devido a questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), relacionados à destinação de uma área do Parque Nacional do Jamanxim. O governo busca alternativas para avançar com o projeto, com um grupo de trabalho focado nos aspectos socioambientais e econômicos. Com investimentos previstos de R$ 100 bilhões, o plano busca expandir quase cinco mil quilômetros de ferrovias, com participação do governo para garantir a viabilidade dos empreendimentos.
Além disso, o plano inclui projetos importantes, como o Corredor Leste-Oeste, a expansão da Ferrovia Norte-Sul, o Anel Ferroviário do Sudeste e a Transnordestina. O governo federal já firmou acordos com empresas como a Vale, MRS Logística e Rumo, e espera que os investimentos impulsionem o crescimento do setor ferroviário. No entanto, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, ressaltou que a implantação de ferrovias é um processo demorado e com retorno financeiro lento para os concessionários, o que exige um modelo de financiamento com o suporte do governo.